COAF aponta transações suspeitas de Augusto Melo; Justiça nega HC do ex-presidente do Corinthians
Transações Suspeitas de Augusto Melo no COAF e Negativa de Habeas Corpus pela Justiça
27 de maio de 2025, 12:57
- Por Henrique Pereira / Redação Central do Timão
O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), que atua na prevenção e combate à lavagem de dinheiro, classificou como suspeitas as movimentações financeiras de Augusto Melo, ex-presidente do Corinthians. Segundo o órgão, as transações indicam uma tentativa de ocultar a origem, o destino e os responsáveis pelos valores.
A informação foi divulgada pelo ge.globo, que teve acesso a um documento onde o COAF menciona “operações que configuram artifícios para burlar a identificação das origens das transações.”

Este documento foi obtido a partir da análise financeira do COAF sobre Alex Fernando André, conhecido como Alex Cassundé, suposto operador do esquema que desviou recursos do contrato de patrocínio entre o Corinthians e a casa de apostas VaideBet. Cassundé e outros envolvidos, incluindo Augusto Melo, já estão sob investigação pela Polícia Civil de São Paulo.
O COAF analisou uma conta bancária do Corinthians no Banco Santander, que, entre 2 de janeiro e 19 de junho de 2024, movimentou cerca de R$ 808 milhões, com ingressos e saídas equivalentes de R$ 404 milhões cada.
As movimentações chamaram a atenção devido ao alto volume de transações com intermediárias de pagamento, o que dificulta a identificação da origem dos recursos. Nesse total, incluem-se R$ 66 milhões recebidos pelo clube nesse período.
O COAF também notou que pagamentos foram feitos a empresas com histórico suspeito, como R$ 294 mil para uma empresa de segurança cujo sócio recebeu auxílio emergencial durante a pandemia, e R$ 1,4 milhão para a Rede Social Media Design, ligada a Alex Cassundé, apontada como uma organização de fachada.
Habeas Corpus Negado
Recentemente, Augusto Melo sofreu mais uma derrota judicial. Na segunda-feira, dia 26, o pedido de Habeas Corpus para anular seu indiciamento foi negado pela Justiça. A Juíza Márcia Mayumi Okoda Oshiro, da 2ª Vara de Crimes Tributários de São Paulo, estabeleceu que o indiciamento é uma prerrogativa da polícia e que intervenções do Judiciário só são justificáveis em casos de evidente ilegalidade.
A defesa de Melo alegou que o indiciamento foi precipitado, mas a juíza destacou que não havia provas suficientemente robustas para sustentar a tese de ilegalidade. Ela também ressaltou que o pedido de Habeas Corpus não se aplicava, uma vez que não havia risco de prisão ou restrição de liberdade para o investigado.
Com o pedido negado, o inquérito segue seu trâmite, e a juíza determinou que a autoridade responsável apresente as informações sobre o caso em até 48 horas.


Avanços no Inquérito Policial
Após um ano de investigações, a Polícia Civil de São Paulo concluiu o inquérito do caso VaideBet, resultando no indiciamento de quatro pessoas, incluindo Augusto Melo, por associação criminosa e lavagem de dinheiro. As investigações foram conduzidas pelo delegado Tiago Fernando Correia e revelaram um esquema sofisticado de desvio de recursos, que envolvia uma série de transferências financeiras complexas.
Now, o caso será encaminhado ao Ministério Público de São Paulo. O MP-SP terá liberdade para analisar as evidências e decidir os próximos passos, que podem incluir novas diligências ou até mesmo o arquivamento do caso.
Se o MP-SP optar por prosseguir, poderá apresentar uma denúncia formal, dando início a um processo judicial contra os envolvidos.
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